A Argentina endureceu o controle cambial frente ao dólar a fim de frear a demanda excessiva pela moeda estrangeira nas reservas do Banco Central.
Mas você sabe o que isso significa? Continue lendo para descobrir!
Novas restrições ao dólar?
O governo argentino anunciou medidas de controle cambial ainda mais rigorosas, que visam conter a sangria de reservas do Banco Central argentino. Neste ano, as perdas monetárias já somam mais de 2,4 bilhões de dólares.
Entre as medidas estão a manutenção da cota mensal de US$ 200 por cidadão, política adotada ainda no governo Macri. Além disso, haverá a criação de um novo tributo, uma taxa de 35% sobre gastos em dólares com o cartão de crédito e para a compra de dólares de poupança.
Este novo imposto de 35%, será somado ao imposto PAIS (Para uma Argentina Inclusiva e Solidária), o qual possui uma alíquota de 30%.
Assim, a retenção na fonte incidirá sobre o valor do dólar de varejo, cerca de $79,50, na cotação atual, com as tributações 1 dólar será vendido a $130 pesos, equiparado ao Dólar Blue.
O governo também restringiu o acesso ao dólar para empresas endividadas no exterior, que agora só poderão honrar 40% de seus compromissos.
As novas regras estão valendo desde o dia 16 de setembro e vão até dia 31 de dezembro. Com isso, espera-se frear a demanda por dólares e consequentemente desestimular o mercado paralelo de cambio, chamado Dólar Blue.
Quais as possíveis consequências?
Logo que anunciadas, as novas medidas causaram queda nos títulos e nas ações ligadas ao mercado financeiro argentino, visto que não medidas de eficiência duvidosas.
Especialistas acreditam que no curto prazo, as taxações irão segurar a demanda por dólares, principalmente de “Coleros”, argentinos que passaram a comprar dólares diretamente com o BC e revendê-los em casas de cambio informais com maiores preços.
Como resultado, a diferença entre os preços criou uma lacuna que o governo argentino busca solucionar com as novas regras.
Na Argentina, controle cambial não é novidade:
Diferentemente do Brasil, nossos irmãos argentinos sofrem com um elevado índice de dolarização de sua economia.
Motivados pelas sucessivas crises econômicas, alta inflação e desvalorização do Peso, os cidadãos argentinos criaram o costume de fazer suas poupanças em dólares.
No entanto, o BC argentino não adota a política de câmbio flutuante, o que favorece as interferências do governo para tentar segurar a alta na moeda estrangeira.
Deste modo, a interferência no câmbio foi presente nos últimos 3 governos, desde Cristina Kirchner, passando por Macri e agora com Fernández.
Situação delicada?
Por sua vez, o governo de Alberto Fernández vem enfrentando queda em sua popularidade, com o agravamento da crise econômica e a elevação nos casos de coronavirus.
Tudo isso vem contribuindo para a deterioração dos indicadores socioeconômicos de nossos vizinhos. Atualmente, a taxa de pobreza entre os argentinos corresponde a 47% da população, cerca de mais de 21 milhões de pessoas, segundo INDEC.
Enquanto isso, a alta inflação, hoje em 42,4% ao ano e a rápida desvalorização do Peso, agrava ainda mais a situação de nossos irmãos. Segundo FMI estima-se uma retração de 9,9% do PIB.
Em relação às reservas internacionais do BC, os números indicam haver cerca de US $ 42 bilhões. No entanto, apenas US $ 7 bilhões são de reservas não comprometidas. Segundo o presidente argentino, este saldo será usado para alavancar a econômica do país.
Porém, assim como o Brasil, a desvalorização da moeda nacional contribui para o aumento das exportações, o que pode ajudar os argentinos a enfrentarem mais esta crise.
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