Apesar de muitos verem a economia como uma ciência exata, ela não é. A economia é uma ciência social aplicada.
Sendo assim, a economia é construída a partir do comportamento humano. Com isso, a economia está sempre mudando e evoluindo.
É isso que os estudos recentes sobre complexidade econômica nos mostram.
Mas você sabe o que é e para que servem esses estudos? É o que o BE te conta hoje.
Mas afinal de contas, o que é complexidade econômica?
Antes de mais nada, complexidade econômica é o nome de um novo campo de estudos da economia. Esse campo foi criado no século 21. Recente, não é?
Sendo assim, para entender o que é a complexidade econômica, precisamos entender o que é uma economia complexa.
Uma economia complexa é aquela que produz e exporta diversos produtos. Ainda mais, esses produtos devem ser não-ubíquos, ou seja, dificilmente encontrados no mundo.
Dessa forma, produtos complexos são aqueles mais raros e valiosos. Por exemplo, produtos tecnológicos e avançados. Dessa forma, esses produtos geralmente demandam maior conhecimento em sua produção.
Conhecemos esses produtos como manufaturas. Clique aqui para ler mais sobre!
São exemplos de produtos complexos:
- Aviões;
- Microchips;
- Computadores de última geração.
Dessa forma, quanto mais produtos como esses um país produzir e exportar, mais complexo ele é.
Mas por que isso importa?
Acima de tudo, a importância desse novo campo de estudos está em descobrir porque alguns países são ricos e outros não.
Desse modo, para os pesquisadores da área, países complexos são países ricos. Mas por quê?
Bom, o maior motivo está no valor das mercadorias que esses países produzem. Por exemplo: computadores de última geração são mais valiosos em trocas comerciais que soja. Isso ocorre, pois, os computadores são bens manufaturados. Por outro lado, a soja é uma commodity.
Com isso, é mais difícil produzir um computador que plantar e colher soja. O trabalho empregado na produção de computadores é mais difícil. Logo, ele vale mais no comércio de bens.
Por esse motivo, quando os países exportarem suas mercadorias, aqueles que produzem computadores poderão vendê-los a preços maiores.
Sendo assim, suas exportações são mais valiosas. Desse modo, sua balança comercial possui mais superávits, e sua economia é mais estabilizada. Por isso, o país tende a ser mais rico.
O que mais a complexidade afeta?
Como dito antes, países complexos produzem mercadorias de última geração. Dessa forma, sua produção demanda maior qualificação da mão-de-obra. Ou seja: os trabalhadores precisam ter mais conhecimento.
Por esse motivo, trabalhadores das manufaturas tendem a receber salários maiores que aqueles que trabalham com bens primários. Seus níveis de graduação serão maiores, e o valor de seu trabalho, também.
Com salários mais altos, os países atingem maior PIB por pessoa. Isso também contribui para que o país se torne mais rico.
Como descobrir quais países são mais complexos?
Nos últimos anos, os pesquisadores têm desenvolvido ferramentas muito úteis. Duas delas são o Atlas da Complexidade Econômica e o Observatório de Complexidade Econômica. Os dois são bases de dados feitos por doutores de Harvard e do MIT.
Seus criadores são Ricardo Hausmann (Atlas) e César Hidalgo (OEC). Ambos estudam o tema. Com isso, os dois publicam dados sobre os países e suas economias.
Quais os países mais complexos do mundo?
Em 2018, o último ano dos dados, o ranking ficou assim de acordo com o Atlas:
- Japão
- Suíça
- Coreia do Sul
- Alemanha
- Cingapura
- Áustria
- República Tcheca
- Suécia
- Hungria
- Eslovênia
O Brasil ficou em 49º lugar. Porém, em 2000, o país estava em 27º.
E aí, entendeu o que é complexidade econômica? Você já conhecia esse termo antes?
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