Durante as últimas semanas, a maioria das cidades do estado do Amapá passou por uma grave e duradoura crise de energia elétrica.
Não obstante, outro fator marcante desse incidente foi a quantidade de setores afetados que trouxeram inúmeros prejuízos para cerca de 765 mil pessoas.
Dessa maneira, esse post tratará das variáveis envolvidas nessa falta de energia durante 22 dias e as consequências disso para todo o país.
Vamos lá?
Crise no Amapá
Primeiramente, a crise de energia elétrica não só afetou serviços de telefonia e internet, mas também de abastecimento de água, obtenção e armazenamento de alimentos, entre outros.
A crise que afetou 13 das 16 cidades do Amapá, foi responsável por prejudicar 90% da população do estado.
Dessa maneira, vejamos como esse incidente se deu durante os 22 dias.
A Cronologia
Esta pequena cronologia é baseada na reportagem G1. Leia a matéria completa aqui.
No dia 03 de novembro, a região passou por uma forte chuva acompanhada de uma explosão que levou a um incêndio afetando 3 transformadores.
Estes se localizam na subestação mais importante do estado, no município de Macapá.
Em seguida, no dia 05 de novembro, o governo organizou um plano de ação para retomada de energia baseado em medidas como:
- No curto prazo, recuperação de um dos transformadores afetados;
- Médio prazo, compra de termelétrica e obtenção de um novo transformador vindo de outros estados.
No dia 06 de novembro, o Ministro de Minas e Energia anunciou a normalização da situação em até 1 semana.
Em meio a isso, o estado apresenta ondas de protestos em várias cidades que exigem a solução da situação e a responsabilização dos culpados.
Não obstante, a Justiça Federal determinou que o apagão deve ser totalmente resolvido no prazo de 3 dias, sob pena de multa de R$ 15 milhões no dia 07 de novembro.
Rodízio de Energia
Dessa maneira, começou o rodízio da energia que alterna a cada 6h por região no dia 08 de novembro.
Essa medida foi anunciada como a opção até a completa normalização da situação em todas as cidades.
No dia 09 de novembro, a Concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE) relatou que que incêndio causou danos complexos, mas que a energia será retomada “o quanto antes”.
Por conseguinte, no dia 10 de novembro, o Ministério do Desenvolvimento Regional liberou R$ 21,6 milhões para:
- Aluguel de geradores de energia que normalizaram 100% a energia de forma provisória;
- Compra de combustíveis para o transporte destes.
Do mesmo modo, anuncia-se a investigação das causas do apagão pelo diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Logo, no dia 11 de novembro, o Tribunal de Contas da União aprovou uma auditoria para apurar prováveis irregularidades e omissões no apagão.
Ademais, anuncia-se o aumento do fornecimento de energia para 80% do estado pelo Ministério de Minas e Energia.
Plenário do TSE confirma, por unanimidade, a decisão de adiamento das eleições em Macapá no dia 12 de novembro.
Enquanto isso, a Companhia de Eletricidade do Amapá anuncia mudanças no rodízio que se darão em turnos de 3h em 3h ou de 4h em 4h.
Auxílio Emergencial
No dia 13 de novembro, o racionamento é prorrogado até o dia 25 de novembro e Justiça Federal determina que o governo assegure um auxílio emergencial.
Este será de R$ 600 por 2 meses para famílias carentes. (R$ 1,2 mil, no total).
Ademais, o Pronto Atendimento Infantil (PAI) da região notifica o aumento no número de casos de crianças com irritações gastrointestinais, possivelmente, devido ao apagão.
No dia 15 de novembro, 12 das 13 cidades (exceto Macapá) tem abastecimento integral de energia.
Assim, 44% do eleitorado do estado comparece às urnas.
No dia 16 de novembro, há a chegada de balsas com os geradores termelétricos como solução provisória.
• Veja também: Tudo sobre a participação de Bolsonaro no G20.
Novo apagão
Entretanto, no dia 17 de novembro, há novamente um apagão afetando as mesmas cidades de antes.
Em meio a isso, no dia 19 de novembro, confirma-se o adiamento das eleições em Macapá para os dias 6 de e 20 de dezembro
Ademais, o TRF-1 anuncia o afastamento da atual diretoria da Aneel e ONS por 30 dias para as investigações que logo é cancelado no dia 20 de novembro.
Logo, no dia 21 de novembro, Jair Bolsonaro visita o Amapá e liga parte dos geradores termelétricos.
Além disso, o presidente comunicou medida provisória que isenta consumidores afetados pela situação de pagar a conta de energia do mês anterior.
Entretanto, apesar do acionamento, vários bairros continuam sem energia, e já se soma 120 protestos, segundo a Polícia Militar.
Do dia 22 ao dia 23 de novembro, a região sofre um temporal e explosões devido a curtos-circuitos na rede de energia.
Por fim, no dia 24 de novembro, a energia foi normalizada em 100% com a energização do segundo transformador.
Crise no Amapá: consequências para o Brasil
Em meio a essa situação, a resposta do governo de Jair Bolsonaro é denunciada na Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
A ação da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) e Terra de Direitos denunciam diversas falhas na solução do problema no estado.
Dessa maneira, o documento menciona a situação grave na qual se encontram a população do estado.
Dando atenção ao grupo que passou por falta de água e de alimentos.
Ademais, a comunidade demanda o acesso a infraestrutura, afirmando ser contra os direitos humanos a situação até anterior ao apagão.
Não obstante, também relatam a morte do líder da comunidade quilombola de São Francisco do Matapi, Sergio Clei Almeida.
Este morreu eletrocutado na tentativa de recuperar a energia.
Para ler mais sobre essa denúncia, clique aqui.
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