Um novo acordo internacional foi assinado no dia 15 de novembro de 2020, dando início ao RCEP, o maior bloco comercial já feito no mundo. Mas você sabe o que isso significa?
Anteriormente, nós falamos sobre os blocos econômicos e sua importância para a economia mundial aqui no BE.
Neste texto, vamos conversar um pouco sobre o RCEP, o que ele é, quais países fazem parte e o porquê de sua importância.
O que é o RCEP?
O RCEP (Regional Comprehensive Economic Partnership – Parceria Econômica Global Abrangente) é o novo acordo de livre comércio firmado em 15 de novembro de 2020.
O acordo é o maior acordo comercial do mundo: são 15 países cooperando. Embora hajam outros arranjos maiores (como a União Europeia), nenhum deles possui foco exclusivo em trocas comerciais.
Por isso, o RCEP é um pioneiro. O acordo visa reduzir barreiras tarifárias de importação e tornar as trocas comerciais entre os países membros mais fáceis e acessíveis.
Como nasceu o RCEP?
A princípio, a iniciativa para a criação do acordo partiu da China, em 2012. Na época, Barack Obama ainda era o presidente dos EUA, e promoveu a Parceria Transpacífica (TPP). A TPP é uma parceria que abrange 12 países, mas não inclui a China.
Com isso, a China começou a estruturar um novo acordo comercial, do qual pudesse fazer parte.
Ainda mais, esse novo acordo precisaria ser grande o suficiente para incluir os países membros da TPP. Dessa forma, a China poderia desafiar a influência dos Estados Unidos sobre o comércio na região Ásia-Pacífico.
Logo depois, com a entrada de Donald Trump no governo dos EUA, o cenário se tornou otimista para a China. Trump retirou os EUA do TPP, o que desestabilizou o acordo e, dessa forma, fortaleceu a ideia do RCEP.
Além disso, durante a década de 2010 a China se tornou uma verdadeira potência comercial, passando a ocupar o lugar de segunda maior economia do mundo. Com isso, grande parte das exportações e importações da região Ásia-Pacífico vêm da China, ou vão para o país.
Por isso, para os países dessa região, um acordo comercial envolvendo a China poderia ser muito benéfico. Esse fator também impulsionou o plano chinês.
Quem são os membros do RCEP?
O RCEP conseguiu cumprir o plano inicial da China. Desse modo, o acordo conseguiu abranger mais países que o TPP.
Ainda mais, o bloco não focou apenas na Ásia: países da Ásia, bem como da Oceania se juntaram à iniciativa.
Sendo assim, os países membros da RCEP são 15:
- Austrália
- Brunei
- Camboja
- China
- Cingapura
- Coreia do Sul
- Filipinas
- Indonésia
- Japão
- Laos
- Malásia
- Myanmar
- Nova Zelândia
- Tailândia
- Vietnã
Ademais, 10 dos países do RCEP já faziam parte da ASEAN, a Associação das Nações do Sudeste Asiático. Os outros 5 (Austrália, Cingapura, Coreia do Sul, Japão e Nova Zelândia) aceitaram cooperar com o acordo, mesmo não sendo parte da ASEAN.

Azul: membros da ASEAN
Roxo: membros tardios da ASEAN (plus three)
Azul-petróleo: membros tardios da ASEAN (plus six)
Quais os benefícios do acordo?
A consolidação do RCEP é muito positiva para a China, que pensou e propôs o acordo.
Com esse bloco comercial formado por economias dependentes da economia chinesa, o país pode exercer influência direta em toda a região Ásia-Pacífico. Ainda mais, a iniciativa é uma demonstração de força que atinge diretamente os Estados Unidos.
Dessa forma, o sucesso do maior bloco comercial do mundo pode significar o sucesso chinês em movimentar peças, em uma região onde os Estados Unidos vêm perdendo poder de barganha.
Da mesma forma, o sucesso do RCEP pode render ótimos frutos aos 15 membros do bloco. Isso, porque após um ano turbulento economicamente – graças à pandemia de coronavírus -, muitos países têm buscado acordos comerciais que facilitem suas vidas.
A necessidade global de voltar a exportar e importar a bons preços é urgente. Por isso, reduzir barreiras comerciais é uma promessa otimista para esses 15 países.
Assim, o Instituto Peterson de Economia Internacional diz que o acordo pode aumentar a renda global em US$ 186 bilhões por ano, até 2030. Por outro lado, alguns analistas acreditam que o acordo beneficiará China, Japão e a Coreia do Sul mais do que outros membros.
Isso, porque esses 3 países são os mais industrializados entre os membros.
Com isso, espera-se que o maior bloco comercial do mundo atinja altos valores, e seja positivo para toda a região que abrange.
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