Em um mundo cada vez mais interdependente, onde países interagem conforme suas demandas comerciais e políticas, a importância da economia se torna crescente nas Relações Internacionais.
[…] 3.*º Remoção de todas as barreiras econômicas e estabelecimento de igualdade de condições de comércio entre todas as nações consentâneas à paz e à sua manutenção*.
A citação acima pode ser encontrada no terceiro ponto dos Quatorze Pontos de Woodrow Wilson. O discurso do presidente ficou famoso por ser uma tentativa de restabelecer e fazer durar a paz mundial após a Primeira Grande Guerra.
Os Quatorze Pontos estabelecidos pelo presidente americano em 1918 foram a principal base para a Liga das Nações. Considerada a primeira tentativa de uma organização internacional, a Liga das Nações, em seus princípios valorizava o comércio internacional.
Embora tenha falhado, a Liga das Nações nos dá uma primeira ideia sobre a importância do comércio e da economia para as relações exteriores dos países, a cooperação internacional e a manutenção da paz.

Acima de tudo, é preciso lembrar que a Liga das Nações foi a base para Organização das Nações Unidas. De acordo com a Carta da ONU, onde todos os princípios da instituição estão pautados, diz que:
“[…] pela aceitação de princípios e a instituição dos métodos, que a força armada não será usada a não ser no interesse comum, a empregar um mecanismo internacional para promover o progresso econômico e social de todos os povos.”
Nesta declaração, percebemos que os países-membros da Organização das Nações Unidas consideram a economia internacional dos países de suma prioridade.
Alguns autores relevantes de Relações Internacionais também consideram que o comércio internacional é, por muitas vezes, uma barreira contra ataques diretos e demais conflitos entre nações.
Além disso, segundo alguns autores de economia, como David Ricardo, a abertura econômica, comércio exterior e interações monetárias entre os povos é essencial para a economia interna do país.
Como o internacionalista pode trabalhar com economia?
O curso de Relações Internacionais é conhecido por sua enorme diversidade de bases e vertentes. Atualmente o internacionalista, ou ainda, analista de relações internacionais, pode atuar nas mais diferentes áreas.
No entanto, uma das áreas de maior expressão dentro das R.I. é o comércio exterior. Quantos de nós já não ouvimos daquele tio no almoço de domingo que “relações internacionais é comércio exterior, né?”.

Frequentemente, este é um erro comum daqueles que querem a área. A diferença é que Comércio Exterior está mais focado apenas na logística (exportações e importações) e os números. Enquanto isso, Relações Internacionais envolve todas as bases das negociações e acordos por trás das trocas em si.
Enquanto isso, Relações Internacionais envolve todas as bases das negociações e acordos por trás das trocas em si.
Embora não sejam o mesmo curso, os futuros profissionais podem se cruzar. Com a chegada do século 21 e o crescimento da globalização, atores não-governamentais internacionais se comunicam cada vez mais entre si.
Estas novas possibilidades abrem espaços confortáveis para o analista internacional.
Vamos listar algumas opções pertinentes destes espaços.
Área privada
A maior abertura econômica dos países possibilita que multinacionais constantemente expandam sua oferta. Desta forma, o analista internacional que se interessa pela área, encontra nas empresas internacionais um campo firme de empregos.
Além de firmar acordos comerciais e mediar as relações entre duas ou mais empresas, o profissional de relações internacionais ainda possui mais opções.
Por outro lado, o profissional também possui a oportunidade de trabalhar com logística internacional. Vistoriar e gerenciar operações de exportação e importação em empresas multinacionais é sempre uma opção.
Além disso, ao se firmar mais no mercado econômico, o analista pode prestar consultorias.

São muitas as organizações internacionais e interegionais que possuem espaço para o internacionalista. OMC, FMI, Banco Mundial, OCDE.
Em todas estas, é possível trabalhar para o país, ou atuar de forma independente nos demais setores além da diplomacia.
Hoje, para este campo, concursos públicos são uma opção recorrente. No Brasil, a média salarial para diplomatas nestas instituições é de R$ 24 mil.
A economia é um campo seguro para as Relações Internacionais?
Com a comunicação mundial em acessão e a necessidade de novas categorias de emprego, é sempre necessário se reinventar.
Como resultado desta maior interação, ter conhecimento mesmo que básico da economia, suas causas e efeitos, é de suma importância para o internacionalista.
Em conclusão, entender como as nações conversam entre si por meio do comércio exterior e como os números impactam diretamente o Sistema Internacional se faz cada vez mais necessário para um bom desenvolvimento da análise das relações internacionais.